domingo, 29 de julho de 2007

O HOMEM EM FESTA


São festas em Agosto.
O homem por cá esquece-se que existe inteiro e vai para a praça tentar recordar-se apenas de si.
Por vezes a mulher chama-o, os filhos também, mas ele adormeceu o lado esquisito da vida a permanece de mãos nos bolsos, indiferente a todos que dizem conhecê-lo.
Evade-se, porque o invade um sorriso que raramente reconhece ter e não quer perder, enquanto olha e ouve a música que ecoa naquela praça.
A música invade-lhe os sentidos e pensa-se poeta, músico, astronauta e até cantor.
Tudo menos o que é.
Permanece de sorriso constante enquanto a ouve e sabe que alguém o observará naquela posição de estátua.
Sabe que lhe estarão a chamar louco.
Mas é naquela posição que quer permanecer, por breves momentos, enquanto se sentir diferente dos dias em que a música não se ouve naquela praça.

Um comentário:

utopia-x-7 disse...

Enquanto houver capacidade de sonhar o Homem estará salvo.
Enquanto houver poetas cantando os sonhos do Homem, a Humanidade não conhecerá a solidão estéril.
Já que o poeta põem em comum o sentir
do Outro. E o "Outro", somos todos nós.