terça-feira, 5 de junho de 2012

POR CÁ VAMOS ANDANDO...


"Uma manhã, ao despertar  de sonhos inquietantes, Gregor Samsa deu por si na cama transformado num gigantesco insecto"





Recordo esta obra (A Metamorfose de Franz Kafka-1912) como o paradigma da sociedade portuguesa actual. Pelo que contém de sonho, de realidade e de julgamento desses sonhos a favor duma realidade absurda,ou mesmo ingénua.

Um homem português na esperança sombria, de que no dia seguinte acorde homem ainda e que se resigna, quando acordado, ao facto de afinal ter acordado um insecto.
Que cara a aventura de existir, que lucrativa a esperança de apenas viver, submetido ao império dos sentidos que a paternidade impõe.
Que disponibilidade para aceitar a inevitabilidade da mudança em si, para proveito da venturosa vida dos outros.
Que mistério do sofrimento doce, por pouco esforçado, espontâneo e afinal autoritário em si.

Que sublime submissão ao pai que o gerou, como filho da putativa discussão nas assembleias dos bons homens, que se dizem.
Que putativa vida que os pariu, aos homens que pronunciam o nome das coisas, como outros homens e agora também mulheres, querem que elas se chamem…
…As tais palavras proferidas no momento que antecede a metamorfose   

domingo, 20 de maio de 2012

NÃO SOU SEGURO, NEM GOSTO DE COELHO

Felizmente que recuperei este espaço de desabafos, por qualquer erro de manuseamento do teclado.Passou quase um ano sem que conseguisse postar aqui, tanto do que de tão pouco tem acontecido na minha terra e no meu país.
Disse para mim mesmo, que, assim que me fosse possível readquirir este espaço, o faria desoladamente, mas empertigadamente, tais têm sido as desventuras em que o meu país tem andado.
Então cá vai:
NÃO GOSTO DO COELHO NEM DO SEGURO!!!
Pronto!Tá dito.
O que está a acontecer, protagonizado por estes individuos, cheira-me a ranço.
O Coelho não é seguro e o Seguro anda com a mania que é ministro. Este último a apostar diáriamente em revelar as suas aptidões para um cargo que ele pretende ocupar daqui a alguns anos, custe o que custar, numa postura ministerial, agindo e falando como agem e falam ou falavam, antigamente os ministros neste país.
Ambos treinam a imagem, exageram nos formalismos, discursam sem sentido, dizem-se doutores e falam das equipas que lideram, como se o futuro de todos os portugueses, tivesse que passar pela contemplação deles próprios.
Alguem lhes disse que o culto do chefe faz parte da tradição e da memória coletiva deste povo e não conseguem entender que não é a forma que nos interessa mas sim o conteúdo, chamado coragem, sabedoria, competência, mangas arregaçadas e conversa informal mas concreta.
Os jovens precisam de entender o futuro, os mais velhos velhos precisam de contemplar parte do seu passado com orgulho, mas estes indivíduos destroem sonhos e até a própria realidade, vendendo a alma ao diabo, chamado neo-liberalismo sem sentido, orientado por impérios que nada mais têm a provar, atingido que foi o seu patamar de desenvolvimento material.
Falta-lhes o sonho, a imaterialidade que confundem com oportunidades de miséria, porque são incultos, porque não têm pátria, nem nómadas são.
Oxalá o meu blogue não se vá abaixo de novo, porque pretendo viver na demanda do Quinto Império da verdade espiritual em que ao homem compete sonhar, mais do que conquistar.