quarta-feira, 1 de setembro de 2010

SUIÇA ASSIM É....

O que me chateou neste Verão, nesta voltinha pela Suiça, nem foram os esplêndidos 22 graus de média, ao sol, recebendo a brisa do lago dos Quatro Cantões em Lugano.




Nem sequer me importei por ver restaurada e florida a ponte da capela e torre da agua em Lucerna





A história dos ursos, como simbolo da capital Berna, e o facto de ter o seu centro histórico classificado pela Unesco, bem como toda a beleza da sua paisagem envolvente também não me chateou nada.




...Até lá fiz umas compras interessantes ao som duma belíssima instrumentista de violoncelo, em espaços comerciais arejados e limpos.



Em Zurique ( o tal sítio) também não me aborreceu minimamente não me ter cruzado com nenhum magnata, porque até me fixei mais no rio Limmat, na belíssima igreja de Santa Maria . etc...mas que existem pessoas de muitas nacionalidades em automóveis de vidros fumados,lá isso existem.Mas, isso não me entristeceu absolutamente nada.


De tal modo estava tranquilo, que resolvemos apanhar o barco que atravessa o lago Thun em Spiez, indo até Interlaken, numa viagem de 1 hora e meia, pelo que aguardámos pelo embarque nesta esplanada, com os Alpes , sempre mas sempre num fraterno abraço.( o senhor da foto não se importou)



Entretanto alguem me tinha falado num comboio panorâmico (Golden Pass) pelo interior da montanha e lá fomos.O percurso foi entre Montreux e a estação de inverno dos Alpes de Gstaad.Aquilo subiu,subiu até deixarmos de ver os cofres fortes cá para baixo,mas viu-se gente que vive em perfeita harmonia com a natureza e isso não me deixou minimamente incomodado.




Nem fiquei surpreendido com a forma organizada da floresta Alpina, com as tabuinhas arrumadinhas, ao lado dos tronquinhos limpinhos extraídos das arvorezinhas em devido tempo...
Nem estranhei nada, não existir por ali resíduos de floresta, nem fogos...achei aquilo tudo muito normal, sinceramente.


Tinha sido um dia intenso aquele,de emoções fortes, para quem vive na planície,pelo que resolvemos descansar numa esplanada, ao fresquinho...até porque o dia tinha sido relativamente quente/húmido.Atirei-me a uma cerveja fresquinha e não querem lá ver, que até nem importei com os 3,50 francos que me pediram pela dita?? A sério...



Annecy.Bom...já França, bem sei, mas...ainda pertence ao território alpino como se pode ver. E teria eu razões para andar chateado?Dirão todos em uníssono: Nãaaaaaaaaaooooooooooo....É claro que não.






Começava a ficar intrigado pelo facto de não me ter chateado um dia só, destes 8 que por terra de um país só, de gente que fala várias linguas, tinha andado...Resolvi entrar numa catedral em Geneve e tentar descobrir o que se passava ali de tão aglutinador, organizado e simples.E encontrei a resposta.Ei-la:
Uma catedral, um altar sem deuses inquisidores e uma cadeira.
O altar vazio de artefactos religiosos, local de encontro de homens e de palavras proferidas por homens , com o testemunho de Deus, sempre presente, mas equidistante
Uma das cadeiras de Calvino, possivelmente magro, para tão curto espaço de meditação, terá também contribuido para tanta grandeza.


Enfim...
O nosso regresso foi na direcção do nosso país.
Um ultimo olhar para a obra de um deus qualquer, que fez um pacto com os homens numa terra de Paz.Beleza.Harmonia.
Esperava-nos no nosso país, notícias de fogos, futebol, políticos não confederados, paisagem moribunda.
Um dia, irei de novo recolher flores à Suiça, junto das pessoas que vivem perto do céu.