sábado, 29 de maio de 2010

A PALAVRA DADA....


Pessoais e intransmissíveis são as palavras que se proferem com o objectivo de não serem ouvidas. Isto faz todo o sentido na medida em que se dá à palavra, uma importância quase profética, (na qualidade de coisa desconhecida para o comum dos mortais)ou então porque se pretende que essa palavra, seja portadora de uma missão clandestina, visando servir interesses corporativos e como tal restritos.
Enquanto os profetas (antigos e actuais) foram ou vão utilizando a palavra, evocando apocalipses e como tal, a destruição da espécie humana pela sua não obediência a dogmas pré-estabelecidos, alguns homens e mulheres foram descobrindo o efeito da utilização espontânea e livre da palavra, que inicialmente como um queixume, depois como intervenção no seu quotidiano, lhes foram conferindo um sentimento de liberdade de que jamais quiseram abdicar.
Estamos assim, perante a palavra dita, ouvida e sentida, sendo que esta última, independentemente de quem a profere é a que maior efeito produz: porque liberta quem a diz; evoca e convoca sentimentos; alegra ou entristece quem a ouve; comove ou revolta quem a partilha.
Finalmente, a palavra sentida, transforma-se em canto, em oração, em clamor, amor ou rejeição, num acto quase solene em que se apadrinha a paixão.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

SEGUE A ESPIRAL


Ferido, evoco a história em espiral, repetindo como os cientistas repetem, que a mesma não se repete, convencendo-me de que virão novas palavras, novos gestos e que o resultado obtido ontem não será igual ao de hoje, será diferente, melhor, ou radicalmente melhor.
Com optimismo, como os cientistas que são optimistas, navego à bolina, contra o vento, contra o tempo, em silêncio, porque alguém entenderá um dia, pelos meus actos, que não precisarei de falar, nesta labuta de construir a felicidade dos outros e a minha se possível . Como os cientistas que pensam primeiro nos outros, antes de pensar em si, quase sempre em silêncio, à bolina, porque a história não se repete e amanhã será melhor, muito melhor.
Como posso assim revelar-me?Só pelos meus gestos o poderei fazer, se alguém os entender.
Que a felicidade circunde sempre a tua vontade e a acompanhe.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

MÊS DE MARIA ou outro


Aclamai…Aclamai…
Porque é aí que o sorriso, se transforma em lágrimas,
Que liberta do vício da condenação,
Consentido, alimentado ou metamorfoseado
No solo da ignorância ou na douta existência

Colocai em dúvida a vossa Fé.
Testai a vossa emoção e de quem a evoca em nós,
Partilhai mesmo com alguém a normalidade dos sentidos,
Mas perante a natureza das coisas
Convocai a vossa simplicidade
Não a razão dos outros
E vereis que Aclamais por vós.