segunda-feira, 25 de maio de 2009

AO NOVO IMPERADOR


O espaço está preenchido de coisas paradas.

É suposto nunca se pensar que alguma vez a dinâmica da vida posso sofrer interrupções.

Atrevo-me sem saber bem porquê a pensar que estão a acontecer períodos demasiado longos dessa inércia, que inibe a azáfama das pessoas. O buliço que as ocupa, as constrange até, perante dificuldades, alegrias ou anseios.

Há uma espécie de regresso ao ócio, tão fértil para os Gregos da Antiguidade, sem que hoje, todavia, nada haja para contemplar.

Fortalece-se até institucionalmente a prática do sedentarismo. A harmonia começa a quebrar-se.

Falo de harmonia em que a própria guerra é elemento integrante.

Hoje não há guerras pois nem aí o homem se atreve a revelar-se. Esconde-se e utilizando o radicalismo funcionalista da governação, aplica majorações como se dependêssemos todos da materialização dos nossos sentidos.

Em Portugal, país sempre adiado, tudo está por decidir e talvez esse seja o nosso desígnio, até ao Império que dizem ser o Quinto e que os nossos poetas e filósofos mais consagrados remeteram para o nosso imaginário.

Se assim for, não quero uma parte desse mistério depois de resolvido e quero que ele se condense cada vez mais. Se perpetue na vida de todos nós, fazendo disso o nosso devir.

Quero acreditar, que acreditaremos, que seja essa a razão do aparente e nostálgico torpor em que vivemos, homens e mulheres do nosso tempo, na nossa terra, no nosso país.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

AMARAR VINDO DE LÁ....


Aqui tenho dito o que não disse por não ser tempo de contar

Porque ancorado estava nas réstias da vida, que não era minha

Estranhando por ela, sem perceber o sentido que a dita tinha

Entro no estuário feito maré, que para o mar me vai empurrar


Navegando à bolina, que como aqui entrando já mareei

Sinto-me no limbo das fainas justas apenas por ajustar

Onde me sinto crente, orando em visões por realizar

Mar alto de gente, por nada dever a quem nunca amei


A brisa é forte, revigora-me nas ondas, é o cordame ensopado

Enquanto as velas afunilam no ar, ameaçando a minha coragem

Vejo-me estonteado e equilibro-me na ideia de estar a ser amado


Por ti sim!.. A vida sem freio nem guarida não ouso voltar

Vou de regresso a porto seguro, pois me espera fácil ancoragem

Por ali me dirigires cadente, como estrela de universo para amar

sexta-feira, 8 de maio de 2009

TELEFONA SEMPRE PÁ....


Os sons comunicantes

Das vozes cativantes

Que não se podem ver

São como mãos vibrantes

Que anseiam escrever

Sobre coisas mutantes