domingo, 10 de junho de 2007

Do Barroco ao Romântico


Para além da imaculada versão, de que as aves de bico são inofensivas, constacta-se todavia que diáriamente defecam,a partir de candeeiros de ferro forjado, por sobre qualquer cabeça que sob eles passe.Sejam elas (cabeças) de doutores ou dos outros...
Haja decoro e em coro, apelemos ao dono dos pombos que lhes meta uma anilha e os envie para o séc. XVII, já que sob os flamejantes candeeiros da nossa cidade mais parece estarmos a viver num período de autêntico terror barroco.

4 comentários:

Anônimo disse...

Creio que a periodização das evacuações dos pombos seja duvidosa. Porém, e seja como for, a natureza é de todos.
Se os homens podem urinar em qualquer recanto - e isto dá que pensar, porque os recantos têm uma característica de irrestibilidade que lhes parece inerente.. - e são providos de inteligência superior, porque não podem os pombos evacuar, empoleirados nos candeeiros?
Aliás, há muitas cabeças que se passeiam, presumidas que são doutoras.. Se esse bendito e natural fertilizante lhes caísse mais vezes em cima, talvez esta cidade possuísse doutores a sério.

Anônimo disse...

Aqui pretendia-se, sem dúvida, evocar -ironicamente-, o poema do nosso querido António Aleixo:
"uma mosca sem valor/ poisa com a mesma alegria/ na cabeça de um doutor/ como em qualquer porcaria".
E pese embora, a natureza ser de todos como mto bem diz "eu", parece-me certo que os cidadãos se preocupem com a qualidade de vida da sua cidade.
Chama-se a isso civismo.
E reclamá-la é um exercício de cidadania

Ena Pá! disse...

Hoje, no PÚBLICO, lendo um artigo do encenador Fernado Moura Ramos com o título, "um em cada cem", lembrei-me deste post.

Anônimo disse...

Não li o artigo do Fernando, mas vou fazê-lo ainda hoje.
Recordo-o com amizade pela sua inteligência, frontalidade e dedilhar daquela guitara como ninguém.
Um abraço fraterno para os dois.