quinta-feira, 23 de abril de 2009

CONVÉM RELER...


Ler as palavras dos outros.

A proposta global de hoje envolve a Leitura.

Porque não o Dia Mundial da Feitura de Palavras Por Cada Um de Nós?

Depois de semi-instituída a nova semi-ordem política, económica e social em Portugal, com o 25 de Abril de 1974 possível, o Ensino, que devia ter uma grande responsabilidade na institucionalização da escrita/leitura , na capacidade de se ser criativo e interventivo, preferiu conduzir o processo de ensino/aprendizagem para uma unificação que previsse a justiça social e igualdade de oportunidades.

Essa unificação, passava a justificar-se pela necessidade de todos os alunos terem acesso ao grau de engenheiros ou doutores.

Em contrapartida, essa unificação passou a instruir alunos do Baixo Barroso em Trás-os-Montes, tal como alunos das Courelas da Touguia no Baixo Alentejo, sobre a revolução de 1383/85, como se de pesca de truta em riachos se tratasse no caso dos primeiros; ou de carrego de fardos de palha para cima de uma camioneta no caso dos segundos, indiferenciando saberes, sentires e quereres.

Para se atenuar o erro, pelos corredores do Ministério da Educação entre doutoras de carreira da Linha, surgiu a douta necessidade do proteccionismo dos «meninos».

Hoje temos (esmagadoramente) pais, filhos da semi-revolução, que não sabem como instruir os seus filhos na prática da leitura, tão pouco percebendo os seus benefícios.

Passou então a ser quase proibida a utilização de manuais escolares nas salas de aula. Primeiro pela alergia que o mesmo provocava a alunos unificados no dever de aprender, tudo com o argumento pedagógico/didáctico de que o mesmo livro retiraria ao aluno capacidade criativa. Paradoxos da unificação.

Inverteu-se assim o sentido da utilidade do livro escolar, alegando-se até que seria mau professor aquele que fizesse uma utilização excessiva do mesmo junto dos seus alunos.

Passaram a ser mal educados os alunos e a serem desprestigiados os professores.

Hoje o lobby da Leitura, surge avassalador, demolidor, ultrapassado que está, o período em que se deveria ter instruído, através da Escola a vontade de criar palavras, debatê-las, escreve-las sempre que se sentisse necessidade disso.

Não se educou a liberdade de pensar, reflectir, escrever numa folha branca e imaculada, apenas porque o instrumento fundamental para esse efeito fora relegado para segundo plano. O pensamento livre e isento.

Hoje sobra o Ler que se quer instituir. Todavia, continua a não se ensinar a intervir através dessa leitura e exibem-se propostas de livros escritos pelos outros.

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