segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

MOMENTOS FUGIDIOS

A bebedora de absinto
Como um quadro impróprio de se ver
Nesta fumenta nostalgia dos sopros
De viagens imaginadas em dias ocos
Sou uma espécie de vertigem de prazer

Como quem empurra e se deixa levar
Vim de longe e para onde irei, também sei
Já que há homens sem grei, mas em lei
Que são fluidos, ingénuos e capazes de amar

Mas verto sorrisos que ninguém vê, assim
Só o pintor os sente e por isso espero
Nestes dias de emoção, luxo e desespero
Prostrando-me nua, despida assim de mim

2 comentários:

utopia-x-7 disse...

É fantástico como fazes a leitura do mundo, e da Humanidade, com tanta precisão e ternura!
És um verdadeiro Poeta, canseiroso!

Um Beijo Grande

DORA disse...

Relê-a sim.
Ela é ainda o emaranhado
De palavras soltas
Com que a descreves.

Esta aí a razão.
Reconhece-la no ondulado
De vãos pensamentos...
Que só ela sente.