sábado, 8 de dezembro de 2007

AS MARGENS DE ALGUEM


Na ponte que separa as margens
Das margens que o rio tem
Passa um homem solto
Pungente por si mais aquém
A caminho de uma das margens
Das margens que o rio tem

Sobre a ponte que sobra
Do rio que as margens tem
Ele caminha, depressa,
Na pressa, de encontrar alguém
Por saber que no rio com margens
Haverá margens como ele as tem

Passada a ponte o homem parou
Numa das margem e depois olhou
Sentiu-lhe no estuário de um braço só
E ali se reuniu com o rio que alargou
Nele se confundiu e por ele mais além
A caminho do mar foi, sem margens de ninguém

5 comentários:

DORA disse...

Perdida
na saudade de futuro perfumado
Que seria o rio eterno desejado.

Adormecida
Na margem do incerto prometido.
Num gesto de ternura perseguido.

Vagueou ela
Nas margens desse rio com tons de Outono.
Em palavras que baloiçam de abandono.

utopia-x-7 disse...

Este teu trabalho suscitou-me viagens
ilimitadas. E foram tantas que não consegui a auto-disciplina suficiente para descrever apenas uma delas.
Mas tens aqui a Pluma que te(nos)deu também este belo presente.
Beijos aos dois

Canseiroso disse...

Mas quem te disse a ti, tu que és Utopia, que a Pluma NOS deu este belo presente?
Eu nem te conheço,nem sei quem és pá!..
Estou interessado em que este meu espaço (que apesar de público)seja tudo, menos lugar de disputas e lamentos serôdios.
Desculpa mas também me farto de tanta fartura.

Anônimo disse...

Olha, olha, por aqui já se distribuem as broas de Natal!

mariam [Maria Martins] disse...

dada à "santa preguiça" cirandei por aqui com mais calma...gostei de lê-lo...

e porque hoje é dia dos oceanos
«Novos mareares longe me esperam
Seguirei...»

boa semana
um sorriso :)