domingo, 30 de janeiro de 2011

AS PALAVRAS QUE SEMPRE DIREI


As palavras ditas que são as sabidas por aprendidas, são as palavras que dão a conhecer uma forma de mundo através delas.
Enviusado ou não, esse mundo transporta-se com quem assim o interpreta, para o quotidiano de quem aprendeu as palavras assim e para o universo cosmopolita que passa a constituir o espaço de aceitação e negação dessa pessoa.
A partir daí, o radicalismo assume-se muitas vezes como a afirmação ou escolha dessa pessoa, junto das comunidades estruturadas a partir de valores sociais estabelecidos ao longo de séculos.Quem assim age, considera muitas vezes inconscientemente, que essa forma extremada de conduzir a relação de si com os outros é a mais valorada sem ser a mais valorizada. As premissas com que parte, para enviusar o percurso nesse mundo globalmente educado, são minoritariamente perceptíveis, por serem estranhas ao comum dos homens e das mulheres.
É frequente considerarem-se esses radicais, como os detentores de palavras sem significado, talvez loucos, quando afinal e muito frequentemente, estão apenas a tentar integrar-se no espaço da normalidade, utilizando os meios que possuem, ou seja, as palavras que lhes foi possível conhecer.
Desde os tempos imemoriais, que a comunicação foi um meio de valorização, partilha, conflito, aceitação e negação das condições que permitiram e permitem a vida em comunidade. Não se conhece que de alguma forma essa comunicação tenha sido possível através da acção marginal sobre a (apesar de tudo complexa) teia de equilíbrios que sustentam a nossa histórica cumplicidade enquanto espécie.
Não direi, para que não resulte como antiquado tal raciocínio, que cabe às instituições de Ensino, valorizar ou instrumentalizar os meios de aprendizagem das palavras, divulgando-as ou repetindo-as até à exaustão, para que o fim a que se destinam seja atingido.
A prática da utilização das palavras deveria ser permanente, útil, divertida, enviusada até, desde que a sustentabilidade de qualquer comportamento fosse atingida e entendida.
Sem que a homens e mulheres seja negado o direito ao contraditório, que os deuses se assumam como dirigentes da humanidade.