segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

CHAMA-LHE LEITARIA....


Bernardo Soares, o tal, dizia às tantas:
«Alguns têm na vida um grande sonho e faltam a esse sonho. Outros não têm na vida nenhum sonho, e faltam a esse também!»

É claro que não se pode generalizar.
Todavia há coisas em que pensamos não pegar, pensamos não olhar, ou intervir mesmo de modo a não aceitar, rejeitando até, mas lá está o sonho a torcer por nós enquanto nos lembramos dele.
Fernando Pessoa tinha uma grande memória e por isso morreu cedo. Em desespero criou personagens.
O que vem provar que os nossos pensamentos, transformados em recordações, enquanto formos um homem/mulher só, pode levar-nos ao desespero e daí, ao medo de sonhar.
Pelo sim , pelo não, sejamos poetas e iludamo-nos.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

MOINHOS E MUROS


O silêncio que me escuta sobra
Vigia-me nos gestos de normalidade,
Que acontecem ao acaso ou de repente.
Vigio os meus passos e teço-me.
Embrulho-me no que é pardo e volátil
Acostumo-me a ir normal e ágil
Por não conseguir não suportar,
Por desejo de contemplar
Ouvir e até comentar
Ser ouvido também.
Mas vejo-me atrás do tempo
Silencioso e embaraçado
Cedo ao meu estupor.
Resto-me para mais um caminho
Igual e sem tês de carinho,
Quando queria só um sorrizinho
Franco aberto e lealzinho,
Daqueles prenhes de vontade
Mesmo ausente por naturalidade
Ou esquecido por maldade,
Mas em que as vozes se ouvissem
Tristes ou mesmo sussurrantes
Que deste torpor se despedissem
Vivas sagazes e errantes.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

DESESPERO DA TRETA


«O desespero é uma forma de disfarçar a imaginação»*

*Frase da minha autoria, protegida por Copyright, a não ser que alguém se atreva a descodificar a mesma