Fito as árvores através da janela coberta por panos finos
Que antecede e amedronta a cupidez do encontro com elas
Quando por manhas e feitios de tecer nelas o destino
Sou afinal de mesteres, oriundo de crenças no destino delas
Daqui lhes grito: -Não quero floresta no reino da minha ventura!...
Por ser de partilha o vento que delas sinto e em liberdade desejo
Deusas e oprimidas que veriam ameaçada a sua fina candura
E aqueles gestos que por trás da janela de pano fino eu vejo
Daqui distante delas as leio com fantasia e vejo a sua nudez
Com o que o meu sorriso permite de confiança e desassossego
Crendo tê-las e ouvindo-as sentir clamarem pela sua altivez
Deixo a pena e precipito-me no lençol de folhagem em lamento
Que cerca o reino na nossa confissão, dor e aconchego
4 comentários:
"Há qualquer coisa de longínquo em mim neste momento. Estou de facto à varanda da vida, mas não é bem desta vida. (...) Sou todo eu uma vaga saudade, nem do passado, nem do futuro: sou uma saudade do presente, anónima, prolixa e incompreendida."
Livro do Desassossego, Fernando Pessoa
gostei!...;)
ena, ena, grandes mudanças...
se não te importas levo a foto emprestada, é verdadeiramente fantástica...
depois eu volto
saudações
Exmo!. Pois viva a frescura, é alem de fresco, muito mais legível.
Boa malha.
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