quarta-feira, 29 de abril de 2009

DIÁLOGO COM A MINHA NATUREZA


Fito as árvores através da janela coberta por panos finos

Que antecede e amedronta a cupidez do encontro com elas

Quando por manhas e feitios de tecer nelas o destino

Sou afinal de mesteres, oriundo de crenças no destino delas


Daqui lhes grito: -Não quero floresta no reino da minha ventura!...

Por ser de partilha o vento que delas sinto e em liberdade desejo

Deusas e oprimidas que veriam ameaçada a sua fina candura

E aqueles gestos que por trás da janela de pano fino eu vejo


Daqui distante delas as leio com fantasia e vejo a sua nudez

Com o que o meu sorriso permite de confiança e desassossego

Crendo tê-las e ouvindo-as sentir clamarem pela sua altivez


Deixo a pena e precipito-me no lençol de folhagem em lamento

Que cerca o reino na nossa confissão, dor e aconchego

Para roçar nos galhos de sedução, frescura e contentamento

4 comentários:

Ana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana disse...

"Há qualquer coisa de longínquo em mim neste momento. Estou de facto à varanda da vida, mas não é bem desta vida. (...) Sou todo eu uma vaga saudade, nem do passado, nem do futuro: sou uma saudade do presente, anónima, prolixa e incompreendida."

Livro do Desassossego, Fernando Pessoa

sombra e luz disse...

gostei!...;)
ena, ena, grandes mudanças...

se não te importas levo a foto emprestada, é verdadeiramente fantástica...
depois eu volto
saudações

cabeça disse...

Exmo!. Pois viva a frescura, é alem de fresco, muito mais legível.
Boa malha.