Feito de vómitos e nascido
Eis o ócio parido
Berra com vigor por nascer
Saberá que feito por prazer?
Adormece nos mamilos cegos
Desperta, fala, corrige
O trato de quem o dirige
Ocupa-se e diverte
Ou pensa e enternece
Ou organiza-se e oprime?
Eis o ócio parido
Berra com vigor por nascer
Saberá que feito por prazer?
Adormece nos mamilos cegos
Desperta, fala, corrige
O trato de quem o dirige
Ocupa-se e diverte
Ou pensa e enternece
Ou organiza-se e oprime?
Pensa morrer ou continuar
Porque a vida não é sua
Estremece se a vê nua:
-Corpo, alma ou espírito?
-Onde está o que sinto?
É tocado onde melhor sente
Esquece a dor dormente
Do que tem sido e conforme...
Rejubila pelas ideias
Embriaga-se pela sequela
Não entende as caras dela
Porque a vida não é sua
Estremece se a vê nua:
-Corpo, alma ou espírito?
-Onde está o que sinto?
É tocado onde melhor sente
Esquece a dor dormente
Do que tem sido e conforme...
Rejubila pelas ideias
Embriaga-se pela sequela
Não entende as caras dela
Sim...morrer ou continuar
Porque a vida não é sua
Já não a vê só caminhar
Quer na sua mão crua
O segredo da dela nua
Por não saber adivinhar.
Agora pensa e enternece-se
Não se organiza nem oprime
Antes sonha, escreve e corrige
Na procura da frase sublime
Que a possa encantar
Porque a vida não é sua
Já não a vê só caminhar
Quer na sua mão crua
O segredo da dela nua
Por não saber adivinhar.
Agora pensa e enternece-se
Não se organiza nem oprime
Antes sonha, escreve e corrige
Na procura da frase sublime
Que a possa encantar
Eis o ócio vivido
Sem querer por ela ser ouvido
Prostrado que estava no seio
Da mãe que o havia parido
Sem querer por ela ser ouvido
Prostrado que estava no seio
Da mãe que o havia parido
7 comentários:
Bem pensado,melhor escrito, sim senhor!
Dá que pensar.
Canseiroso, quando o ócio é negado pela criação do sublime, nascem poemas destes!...
Beijo Grande
Sr. canceiroso, tenho acompanhado especialmente as suas (belíssimas) neorealistas cronicas, e como trabalho em imagem digital quero mostrar-lhe um pouco do meu trabalho,- nunca se sabe se o senhor poderá precisar de ilustrar um dos seus trabalhos literarios, se assim for tenho todo o prazer de que as utilize. Os meus trabalhos são por enquanto uma pequena recolha de muintos mais que a pouco e pouco eu publicarei. O senhor deve ser uma pessoa religiosa, não será por acaso o arcebispo da sé de Évora?!. Sem mais, um abraço.
Fernandinho...Fernandinho....
Se eu fosse o arcebispo, não andava aqui a carpir mágoas. Punha os outros chorar por mim.
Quanto às ilustrações, não seria só eu a querer tê-las por cá, como sabes...
Beijinhos aos meninos
Vês, canseiroso, que não obstante teres o blogue devidamente identificado, há "ilustradores" que te julgam o arcebispo da sé de Évora.
Agora não esqueças e encomenda-lhes as ditas! Depois queixa-te se a bota não bater certo com a perdigota...
Não te preocupes Ena pá...
Concentra-te no essencial e deixa o acessório.
Não desbundes, ok?
Um abraço
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