quinta-feira, 28 de outubro de 2010

LAMENTO CIGANO







Não sei cultivar esta ânsia de viver,
num universo de emoções escondidas ou por nascer,
quando sei agora que por tanto poder querer,
não sei decifrar quem é quem, nem para quem ser

Refugio-me, sem anseios, ou a aguardar eternamente
Há tanto, tanto tempo quase imortalmente
Obscuro, temporal, quase sentimentalmente
Sem recordar, tão pouco, mesmo fugazmente

Que mal é este, se o é,
e de quem vem?
Tal o meu desencanto
por não ver quem pense
ou ouse assim,
ouvir forte quem tem gestos,
sorrisos escondidos,
que existem e são de bem

5 comentários:

Anfitrite disse...

Isso não se faz. Fez-me chorar e vibrar com esta música. Também me lembrei dos tempos em que tinha disposição para dar um pulinho a Sevilha ou Madrid sempre com uma noite e flamengo pelo meio.
Andou perdido? Levou tempo a aterrar na planura alentejana.
Mas parece-me que a alma também está outonal.

Anfitrite disse...

Isso não se faz. Fez-me chorar e vibrar com esta música. Também me lembrei dos tempos em que tinha disposição e, de vez em quando, dava um saltinho a Sevilha ou a Madrid, onde metia sempre uma noite de bom flamengo.
Finalmente aterrou na planura alentejana. Andou perdido ou levou tempo a refazer-se do efeito "jet lag"?
Também me parece que essa alma anda a sofrer dos efeitos outonais.

Canseiroso disse...

Esta alma não sofre cara desconhecida.Muito menos por efeitos do substrato outonal.Tenho os níveis de serotonina equilibrados e os de melatonina atentos ao dealbar dos dias.
O mais dificil é a efemeridade dos dias,que um dia gostaria de experimentar ciganos.

Anfitrite disse...

Será que o nível das endorfinas também está equilibrado? É que nem só as cordas vocais precisam de vibrar.
Não é a efemeridade dos dias que o não deixa experimentar o espírito cigano. Pelo contrário, quanto mais tempo passar mais acomodado estará, e o espírito errante não passará de uma mera utopia.

Anfitrite disse...
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