domingo, 27 de setembro de 2009

OUTONO-POLÍTICA-RELIGIÃO


Nos primórdios da nossa existência…-eu disse primórdios?...- Que seja.

Quando o homem era ainda uma sub-espécie daquilo que é hoje..-eu disse sub-espécie do que é hoje?...Que seja…

Quando as estações do ano era ainda miragem de Galileu, por tão pouco se dar importância a calendarizações, antes a outras devoções -ah….aqui vou deixar ficar «por tão pouco se dar importância a calendarizações».

Nesse tempo, dizia eu…os glaciares quase nos fariam escorregar, assim que chegássemos ali a Badajoz, hirtos e domesticados como já estaríamos.

Hoje, entre devoções cada vez mais introspectivas, criadoras de universos transcendentais que sabemos que podem reunir-se connosco a cada momento e a cada momento separarem-se de nós, por nossa iniciativa…reflectimos sobre as causas das nossas diferenças de humor.


No Outono do nosso encantamento, embrião de carência de serotonina para outros, vai-se a luxúria das noites de verão, desnudadas de orações, completam-se os ciclos que Darwin previu até à queda da folha e inicia-se a via sacra da reposição da fé na obra de um qualquer deus.


Atenua-se a febre com a suave variação térmica Outonal, com a face virada para o vento sudoeste; anuncia-se a chuva refrescante pela dança das folhas caducas que resistem amarelas a um caule aparentemente seco; olha-se para o norte azul e para o sul cor de pérola a antecipar o fim de tarde alaranjado e ameno; avistam-se ao longe as queimadas que nos trazem o incenso da natureza não pecadora; revolvem-se as terras que húmidas agradecem a renovação do pousio a que o verão insistente obrigou.


Afinal os deuses não estiveram longe. Andaram por perto e também se renovaram.

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