segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

CONFLITO LATENTE


…Palavras não eram ditas, quando uma intervenção de hoje, de um senhor que tem responsabilidades das tais, institucionais, nos vem com a seguinte proposta:

…«O sindicato através da plataforma, decidiu propor aos professores uma greve para o dia 19 de Janeiro, a que se seguirá no dia 20 uma greve dos professores que vão avaliar outros professores…»

Toda a gente sabe que um professor que se negue a avaliar outro professor será saneado do ensino, por decreto promulgado.

Toda a gente sabe que há professores avaliadores que até nem estão, na totalidade, de acordo com o processo de avaliação proposto pelo Ministério.

Toda a gente sabe que não tendo aceite a sua nomeação como professor titular e como tal professor avaliador, o respectivo professor perderia benefícios que lhe foram concedidos pelo tempo de serviço e desempenho ao longo da carreira.

O Sindicato propõe assim que estes professores façam greve, negando-se a avaliar colegas (estes sim maioritariamente instrumentalizados e que não aceitam ser avaliados)

Qual é a intenção?

Pode-se ser professor, pode não se ser professor, podem ser justos os fundamentos das greves ou não.

O que não é justo, o que não é normal, sem que estejam em risco as próprias instituições, sejam elas sindicais ou não, é que um sindicato proponha claramente a abertura de um conflito entre professores avaliadores e professores que vão ser avaliados.

Poderá ser justo que se analisem os fundamentos das razões que levaram professores a serem considerados avaliadores e outros não.

Poderá estar descaracterizada essa avaliação por razões estruturais, mas o que não parece honesto e é claramente mal intencionado, é remeter para os professores, um conflito criado pelos sindicatos a soldo de interesses partidários, a quem interessa que a conflitualidade institucional se processe de forma a destruir a estrutura política decorrente de um processo democrático.

Mais grave ainda, é esta plataforma sindical, de forma descarada, atirar professores contra professores, retirando-se de um conflito por si próprio alimentado.

A central sindical que toma uma iniciativa destas, está a transformar os professores em objecto de uma conjuntura de conflitualidade politico/institucional de progressiva inutilidade intelectual na nossa sociedade.

Se os colegas não perceberem isto, está o caldo entornado, pelos reflexos que esta proposta terá no seio da classe docente, das suas famílias, dos alunos, da família dos alunos e da sociedade em geral.

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